REVERSE
GRAFFITI
Que
leva os grafiteiros a limparem paredes e espaços públicos para criar diversas imagens que lembram o quão poluído
é o ambiente em que vivemos. A técnica não tem muito mistério. Esponjas, jatos de
água e espátulas ajudam a raspar a sujeira incrustada nas paredes, grades e muros
das grandes (e poluídas) metrópoles. Em alguns casos, molduras de madeira ajudam
a criar formas e reforçar o contraste que a água deixa nos lugares cobertos de fuligem.
Idealizador e pioneiro na técnica, o artista e grafiteiro americano Paulo Curtis,
o "Moose", diz que às vezes sente dificuldade em explicar às pessoas o
que faz. “Eu digo às pessoas que eu faço arte através da limpeza”, conta.
Para ele, mais do que apenas embelezar os
locais públicos, suas instalações têm o poder de chamar a atenção da população de
uma forma especial. “Mostrar o quanto uma parede está suja limpando‐a atrai as pessoas imediatamente.
É como uma compreensão fria de que o mundo está realmente sujo”, diz.
Munido de lenços, água e escovões, os grafiteiros
criam obras a partir da sujeira. “Não há crime em limpar”. Outra vantagem do Reverse
Graffiti é a liberdade que os artistas têm de “grafitarem” muros e paredes inteiras
sem medo de repreensão, afinal, pixar é crime, mas limpar não.
"Essa é a beleza do projeto”, afirma
o grafiteiro africano e adepto do Reverse Graffiti, Martin Pace. “Alguns
Caras da polícia já nos pararam no meio do
dia e perguntaram se nós estávamos sendo pagos para fazermos os grafites. Quando dissemos que não, eles mostraram
o polegar para cima e disseram para continuarmos pintando”, conta. Quem não teve
tanta sorte foi o brasileiro Alexandre Orion.
Após limpar as grades da passagem subterrânea
entre a avenida Europa e a avenida Cidade Jardim, criando uma Imagem de caveiras ao
longo de todo o túnel, ele viu sua obra ser destruída pela prefeitura, que ordenou
a limpeza do local logo após o fim da ação.
"Durante a madrugada que trabalhei na 'limpeza' o túnel, foram várias as abordagens
policiais. Porém, como previsto, ninguém podia me impedir de desenhar caveiras no
túnel. Não havia crime em 'limpar'. O crime era ambiental: poluição para ninguém
botar defeito. Só existia uma forma de impedir a 'limpeza' a minha maneira, limpando
também", conclui.
Assista aos vídeos:
O Centro Cultural Banco do Brasil realizou uma exposição com esse artista e reproduziu um trecho do túnel no espaço da exposição do CCBB, no centro da capital paulista. Na ocasião eu visitei a esposição. E foi muito massa, saí encantado com a proposta e com a montagem. Very good!
ResponderExcluirAh, já ia me esquecendo. Tenho o programa impresso da exposição. Eu guardei pq tem um texto do sociólogo José de Souza Martins a respeito desta exposição do reverse grafitti, que é muiot, mas muito maneiro...
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